CONJURAÇÃO BAIANA
Na Bahia ladeiras e becos, ruas estreitas, ruelas,
na Bahia, nativos e reinóis, damas, nobres e o povo,
na Bahia, revoltas, caminhos, passos,
promessas e procissões,
na Bahia, Búzios e Malés, revoltas, fugas,
revoluções.
A Bahia velha cidade,
Bahia cidade velha,
Bahia, bela cidade,
amá-la para entendê-la.
E no largo da Piedade,
quem clamou por igualdade,
entre ruflos e apupos,
sem ter pejo, nem triunfo,
no cadafalso odioso, sem trunfo,
dá adeus a ela.
Que venha pr'essa cidade,
toda e total igualdade,
a inteira fraternidade,
plena e ampla liberdade.
"A hora já é chegada,
o tempo feliz,
não tarda!".
Já chega de sermos escravos!
E assim clamaram os bravos,
Pediram respeito mútuo,
Respeito assim,
por inteiro,
pretos,pardos,indios, brancos
todos eles são guerreiros,
todos eles brasileiros,
nobreza, clero e o povo,
semente de um novo mundo
o início de um mundo novo,
Permanecem as aspirações,
de Lucas de Amorim Torres,
permanecem em suas origens
os intuitos
de Das Virgens,
de mascates, de doutores
Manuel Faustino da Lira;
de soldados, alfaiates,
de mestres e aprendizes,
na lição daquele momento,
João de Deus Nascimento,
dos homens esquartejados,
mormente os seus pecados
tenham sido revelados,
naquelas horas insanas,
para tornar realidade,
naquele contexto obtuso,
o sonho de há muito sonhado:
Viva a República da Bahia!!
Viva sempre quem a ama!
Que hoje, a esses heróis
lembra, honra, e proclama
a grandeza dos seus ideais,
perenizados que foram,
nas lutas e nos embates,
da real capitania,
na Revolta das Argolas,
na Conspiração dos Búzios.
Na Inconfidência Baiana.