VERGASTA
A dor que passa e repassa,
num ritmo intenso
vergasta,
como verdugo
que corta a carne
na praça,
como crente
que lento
envolve
revolve
o supremo
intento
presente
ausente
distante
e persegue
a fé
que lhe escorre
entre os
dedos,
a fé que
se faça
perene,
indene,
solene,
que grite
bem alto
no alto
do morro,
(como)
sirene que
soma e assoma
chamando,
gritando,
agitando,
pedindo,
clamando
SOCORRO!
A dor que
já gasta
não passa,
nas mãos
do verdugo,
vergasta.
Fátima Trinchão
Enviado por Fátima Trinchão em 25/05/2009
Alterado em 18/12/2017