O RAPAZ AZUL
Era uma vez um rapaz azul,
Que vivia num mundo azul
E amava um mar e um céu
Azuis.
Disse-me ele certa vez,
Que apesar de seu mundo
Blue,
Buscava encontrar um par.
Mas num mundo inteirinho
Azul,
Céu, mar e ondas anis,
Não gostava das moças azuis.
Num mundo todinho azul
De tantos e todos os tons
De azul, turquesa e anis.
O azul do mar ele amava,
Mas a moça azul,
Companheira,
Azurita de grande valor,
Desta ele não gostava.
Amava a moça
Vermelha,
Aquela ali da janela...
Um dia, ele se viu no espelho,
Não gostou do seu cabelo,
Nem do seu nariz achatado,
Nem dos olhos amendoados,
Nem das pernas,Nem dos braços.
“Esse daí não sou eu.
Nem no Norte, nem sul”.
E esses nãos lhe traíam,
Esses nãos lhe traduziam
O seu intenso desamor.
“O espelho me traiu,
O espelho me enganou,
Mostrou-me assim
Meio anil,
Esse daí não sou eu,
Nem no Norte nem no Sul”.
Quisera ser assim diferente,
Ser outra tipo de gente,
“Esse daí eu não sou.
Nem no Norte nem no Sul”
Infeliz a vida inteira,
Vesgo dessa maneira,
Pobre rapaz azul!
Fátima Trinchão
Enviado por Fátima Trinchão em 12/08/2016