AI SEU MOÇO...
Pois é seu moço,
Deixou a casa de palha,
(Brigou com a mulher),
Não cuidou das redes,
Descuidou-se das tralhas,
Pegou o chapéu
E rumou pra riba.
Ali moço,
No meio daquele marzão azul,
Platinado pelo intenso sol de verão,
Nem briga nem intriga.
A canoa avança, frágil,
Balança e avança.
Mar adentro, mundo afora.
Calmamente desliza
Nesse mundão de água,
Nesta angústia danada,
Que só lhe resta rezar.
E a canoa a deslizar,
A deslizar brandamente
Ao sabor da brisa corrente,
E ali dentro vai gente,
gente que quer ficar só,
gente que quer só ficar,
E por lá mesmo se perder,
Se perder e até quem sabe...
se achar,,
E nunca,nunca mais
Voltar do mar..
Ai, seu moço.
Fátima Trinchão
Enviado por Fátima Trinchão em 16/10/2016
Alterado em 24/10/2019