A CARAVELA
Na vasteza desta imensa amplidão
Garbosa caravela singrando vai
Em pleno azul o doce oceano,
Em mansa e pungente solidão.
Contorna tempestades, arrecifes
e baixios,
Ondas, vagas, profusões, excessos,
Exuberâncias de formas e belezas.
Na abundância de cores e vidas,
extasiantes e presentes no
Universo,
Singrando vai a caravela amiga,
Nos seus mares de enganos e incertezas,
Neste azul marinho, diáfano, cristalino,
Naquilo que é Sagrado, que é sacro, Sacrossanto
E profundo. entre brumas esparsas no oceano.
Lá no alto, bem perto do céu, a celebrar,
Fragatas fragéis plenas a planar,
Gaivotas cinzas que povoam o mar,
Gigante errante a vaguear no ar.
Singrando vai a caravela amiga,
Em mansa e pungente solidão,
Entre brumas esparsas,
O oceano,
Em mares e marés vai deslumbrando,
Suas incertezas profundas,
E seus claros desenganos.
(OBS. Gigante errante - Albatroz)