Fátima Trinchão
Poesias, Contos, Crônicas
Textos

XANGÔ É JUSTIÇA

É PRECISO

É preciso falar por mim.

 

É preciso falar para mim.

 

É preciso falar por mim.

 

É preciso falar por nós.

 

É preciso falar para nós

 

É preciso falar de nós.

 

É preciso falar..

 

É preciso destravar as portas,

 

É preciso ampliar passagens.

 

É preciso romper barreiras

 

É preciso romper com o que discrimina;

 

É preciso lançar por terra os preconceitos;

 

É preciso afrouxar as amarras;

 

Quebrar as correntes, Abrir fronteiras:

 

Tirar as travas ,

 

Soltar os nós.

 

Singrar os mares,

 

Nadar nos rios.

 

Andar nas ruas,

 

Sentar nos bares.

 

É preciso fortalecer-nos,

 

Nos levantarmos;

 

É preciso que nos apoiemos,

 

Uns aos outros.

 

Seremos os nossos grandes

 

Pilares.

 

E nesta marcha da vida,

 

E na grande noite da história,

 

Jaci a testemunhar;.

 

E quando juntos estivermos

 

Ao redor da grande fogueira

 

Revendo nossas memórias,

 

Entre o profano e o profundo,

 

Revisitando e tecendo

 

A  dispersão pelo mundo,

 

Jaci a testemunhar

 

Aquele navio a singrar

 

Nos mares longínquos

 

distantes

 

Entre o profano

 

E o profundo

 

Revisitando e tecendo

 

Nossa dispersão pelo

 

Mundo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

É manhã .

Silenciosas brumas brancas brumosas.

Vagueiam por sobre os telhadoss de telhas pardas,

Cor de barro,

E flutuam por entre nevoas.

Desde a tardinha o eter

Fez-se carregado de nuvens

Plumbeas,

Ao mesmo

tempo em que os ventos assobiavam

( ríspidos)

Aos nossos ouvidos

Numa excêntrica e bizarra

Sinfonia insípida.

Raios rasgavam os paramos,

Em velocidades e intensidades

Inconstantes.

Xango vibra o seu machado

E risca no ar.

Raios e Relâmpagos .

Ao tempo em que,

A voz tonitruante do Deus,

Ao tocar o solo

Da Terra,

Aos baobas mais anciãos

E resistentes,

Verga.

O Deus e seu Machado.

Ao eter sustentam,

Com a sua justica,

Ressignificando

O cotidiano da

Aurora humana.

Em cujos planos e altos

De uma história delirante.

Delirante e decadente.

Decadente e tão distante.

.Tão cruel e insensata.

Que fez-se no tempo passado,

Passado que é tão presente.

Presente e tão constante.

Tão frequente e tão errante.

Xango brande o seu machado.

Por sobre a Terra de Hera.

Crepita o fogo da justica,

Que alerta, que sincera

Ergue-se integra e prospera.

Aı o Grande Deus se revela,

Se revela e impera.

Em paz santa e harmonia.

Em manifesta e perene.

Singular Epífania.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

.

 

Fátima Trinchão
Enviado por Fátima Trinchão em 19/11/2023
Alterado em 04/01/2024
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